Povos indígenas

De acordo com as pesquisas realizadas pelo Antropólogo Emerson Souza, pesquisador do Centro de Estudos Ameríndios da Universidade de São Paulo, junto ao Programa de Pós-graduação em Antropologia Social, houve inúmeras mudanças quanto a presença indígena nos grandes centros urbanos nas ultimas décadas. 

Os trechos abaixo foram obtidos na pesquisa  desenvolvida pelo PPGAS/USP  Povos Indígenas na Metrópole: movimento, universidade e invisibilidade na maior cidade da América

Segue trechos da pesquisa que trata das mudanças e numero total de indígenas no Brasil. 

A cidade é uma realidade para muitos povos, sobretudo a luta das mais diversas etnias pela manutenção dos direitos dos povos na maior cidade do Brasil e a quarta maior população indígena do país, é um caminho para a manutenção de uma sociedade plural e que vive permeada por seus saberes, línguas, costumes e modos territoriais diversos. São Paulo possui, segundo o senso de 2010, um total de 12.977 indígenas – 11.918 na zona Urbana e 1.059 na zona rural. É preciso apontar um paralelo e um achado importante. A maior população indígena em contexto urbano do Brasil é São Paulo, segundo dados do Censo de 2010. Depois dela, viriam: São Gabriel da Cachoeira, com 11.016 habitantes; Salvador, com 7.560; Rio de Janeiro, com 6.764; Boa Vista, com 6.072; Brasília, com 5.941; Campo Grande, com 5.657; Pesqueira, com 4.049; Manaus, com 3837; e Recife, com 3.665. 

 

Quanto as maiores cidades em população indígena segundo o mesmo Censo as maiores são Gabriel da Cachoeira 29.017; São Paulo de Olivença 14.974; Tabatinga 14.855 ambas do Estado do Amazonas. São Paulo 12.977; Santa Isabel do Rio Negro 10.749; Benjamin Constant 9.833; Pesqueira 9.335; Boa Vista 8.550; Barcelos 8.367 e São Joao das Missões com 7.936 indígenas vivendo nas cidades acima. 

  

O que significa dizer que existe nas maiores cidades um paralelo entre viver nas aldeias e grandes centros urbanos. Quanto à presença nas zonas rurais, São Gabriel da Cachoeira 18.010; Tabatinga 14.036; São Paulo de Olivença 12.752; Benjamin Constant 8.704; Santa Isabel do Rio Negro 8.584; Campinápolis 7.589; São João das Missões 7.528; Alto Alegre 7.457; Amambai 7;158 e Barcelos com 6.997. 

  

A região metropolitana de São Paulo possui cidades como Guarulhos, com 1.434 indígenas na zona Urbana; São Bernardo do Campo, com 778 indígenas, 771 em zona Urbana; Santo André, com 575 indígenas na zona Urbana; Osasco, com 537 em zona Urbana. 

  


Podemos destacar outras cidades no Estado de São Paulo como Ribeirão Preto, com 565 indígenas, Campinas, com 1.043 indígenas, Avaí, com 557 indígenas, Guarujá, com 481 indígenas, Santos, com 468 indígenas, Miracatu, com 164 indígenas, Arco-íris, com 156 indígenas, Ubatuba, com 156 indígenas, Sete Barras, com 135 indígenas, Braúna, com 131 indígenas, Pariquerá-Açu, com 96 indígenas e Bertioga, com 92 indígenas. Isso é apenas uma mostra da diversidade indígenas no Estado de São Paulo. [1]

No Estado de São Paulo, os dados do Censo de 2010 apontam uma população indígena de 37.915 indígenas vivendo em cidades, o que representa 91% da população indígena do estado. No Estado o total é de 41.794 mil indígenas. O sétimo maior estado em população indígena. A cidade de São Paulo, possui uma particularidade a se demonstrar, já que as aldeias do povo Guarani Mbya estão em contexto urbano, isto é, em zona urbana. Os mapas abaixo nos dão conta da enorme transformação geográfica que se deu nos últimos 30 anos no Estado brasileiro. 

Os mapas refletem a situação dos povos indígenas em 1991, 2000 e 2010, as três últimas décadas do censo.[2] O cenário aponta para a continuidade nas políticas de integração, embora as últimas décadas tenham trazido avanços significativos a partir da última constituição. Por outro lado, a política integracionista continua em andamento. Em 1990 havia 71.026 mil indígenas nas cidades, em 2000, 383.298 mil indígenas e em 2010 foi apontada a presença de 315.180 mil indígenas. 

Os maiores estados do Brasil em população indígena são Amazonas, com 168.680 indígenas; Mato Grosso do Sul, com 73.295; Bahia, com 56.381; Pernambuco, com 53.284; Roraima, com 49.637; Mato Grosso, com 42.538; São Paulo, com 41.794; Pará, com 39.081; Maranhão, com 35.272; Rio Grande do Sul, com 32.989; Minas Gerais, com 31.112 e Paraná, com 25.915. 

 

Como afirma o Instituto Socioambiental “segundo o censo do IBGE 2010, os mais de 305 povos indígenas somam 896.917 pessoas. Destes, 324.834 vivem em cidades e 572.083 em áreas rurais, o que corresponde aproximadamente a 0,47% da população total do país”. [3]

É bom frisar que a população indígena, em 1991, era, segundo o censo, de 294.131 mil, em 2000 734.127 e em 2010 de 817.963 mil indígenas.[4]

 


[1] Instituto Socioambiental (ISA) https://pib.socioambiental.org/pt/Quantos_s%C3%A3o%3F acesso 20.10.2020.

[1] O Censo 2020 foi adiado devido a pandemia de Covid-19. Bom destacar que antes da pandemia existiam rumores do cancelamento do Censo 2020 por razões políticas que envolvem a entrada da extrema direita no poder. Contrário totalmente às questões indígenas, o fato é que poderia se alterar critérios que se referem as populações indígenas do Brasil.  


[2] Fonte: https://indigenas.ibge.gov.br/graficos-e-tabelas-2.html acesso em 28/05/2018 00:1.

 [3] Instituto Socioambiental (ISA) https://pib.socioambiental.org/pt/Quantos_s%C3%A3o%3F acesso 20.10.2020. 


[4]. Fonte: IBGE, Censo Demográfico 1991/2010. Para comparação com os Censos Demográficos de 1991 e 2000, deve-se considerar a categoria 'indígena' do quesito da cor ou raça. https://indigenas.ibge.gov.br/graficos-e-tabelas-2.html acesso 20.10.2020.

 

 

Postar um comentário

Please Select Embedded Mode To Show The Comment System.*